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Tropas do exército sírio recuam do sul para montar 'cinturão' de defesa a Damasco

Tropas do exército sírio recuam do sul para montar 'cinturão' de defesa a Damasco

Tropas do exército sírio recuam do sul para montar 'cinturão' de defesa a Damasco

Tropas governamentais da Síria recuaram de grande parte do sul do país neste sábado, cedendo áreas importantes, incluindo duas capitais provinciais, ao controle de combatentes opositores, segundo fontes militares e um grupo opositor que monitora o conflito. O recuo nas províncias de Daraa e Sweida ocorre enquanto o Exército mobiliza reforços para defender Homs, a terceira maior cidade do país, que está ameaçada pelos insurgentes.

Os avanços rápidos da insurgência representam um revés significativo para o presidente Bashar al-Assad, que enfrenta crescente isolamento enquanto antigos aliados estão envolvidos em outros conflitos. O principal apoio internacional de Assad, a Rússia, está focada na guerra na Ucrânia, enquanto o Hezbollah, grupo político-paramilitar libanês que outrora enviou milhares de combatentes para apoiar Damasco, encontra-se enfraquecido após um ano de conflito com Israel. Além disso, o Irã viu seus aliados regionais perderem força devido a ataques aéreos israelenses frequentes.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, relatou que conselheiros militares iranianos começaram a deixar a Síria. Combatentes apoiados pelo Irã, principalmente do Afeganistão e Paquistão, também se retiraram para o centro do país.

A ofensiva insurgente, liderada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), começou em 27 de novembro e resultou na captura das cidades de Alepo, a maior da Síria, e Hama, a quarta maior. O HTS, que tem raízes na Al-Qaeda, é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela ONU. Em entrevista à CNN, o líder do HTS, Abu Mohammed al-Golani, afirmou que o objetivo da ofensiva é derrubar o governo de Assad.

As forças governamentais abandonaram grande parte das províncias de Daraa e Sweida e agora concentram esforços em Homs, onde uma batalha decisiva é esperada. A queda de Homs pelos insurgentes cortaria a ligação entre Damasco e a região costeira, onde Assad mantém apoio significativo.

O Exército declarou neste sábado que o recuo em Sweida e Daraa foi necessário devido a ataques de "terroristas" contra postos de controle. A estratégia agora é estabelecer um "cinturão defensivo e de segurança" para proteger Damasco a partir do sul.

Desde o início da guerra civil em 2011, o governo sírio classifica todos os combatentes da oposição como terroristas.

Enquanto isso, ministros das Relações Exteriores do Irã, Rússia e Turquia planejavam se reunir no Catar para discutir a situação síria. O Catar criticou Assad por não aproveitar a recente calmaria nos combates para resolver problemas internos do país, alertando que a rápida ascensão dos rebeldes representa uma ameaça à integridade territorial da Síria.

Com a captura de Daraa e Sweida pelos insurgentes, o governo sírio controla apenas cinco capitais provinciais: Damasco, Homs, Quneitra, Latakia e Tartus. Tartus abriga a única base naval russa fora da antiga União Soviética, enquanto Latakia é sede de uma importante base aérea de Moscou.

Na sexta-feira, as Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas por curdos e apoiadas pelos Estados Unidos, capturaram partes significativas da província de Deir el-Zour, incluindo sua capital. Isso enfraquece ainda mais a influência iraniana, já que a área é um corredor estratégico para o transporte de suprimentos de Teerã para seus aliados regionais, como o Hezbollah.

Com a perda dos postos fronteiriços em Naseeb e na fronteira com o Iraque, a única saída internacional restante para o governo sírio é o cruzamento de Masnaa, no Líbano.

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